Tratamento para Síndrome do Túnel do Carpo

1) Movimentos repetitivos exagerados em ergonomia desfavorável podem levar a um processo inflamatório com aumento da densidade fibroblástica. Tais tenossinovites hipertróficas ao redor do n. mediano podem aumentar a pressão no túnel do carpo. A associação da doença com uso do computador é amplamente utilizada, porém não existe evidência suficiente para fundamentar esta afirmação (meta análise - Kozak et al, 2015);

2) Artrite reumatóide, devido a sinovite tendinosa e articular, a doença pode aumentar a pressão no túnel do carpo. Pacientes com artrite reumatóide possuem 3x mais chance de desenvolver a condição;

3) Idade: na pessoa idosa, devido a alteração do colágeno, o retináculo flexor pode perder sua elasticidade e dificultar a acomodação, aumento a pressão dentro do túnel do carpo;

4) Fatores hormonais: foram descritos receptores alfa e beta de estrógeno no ligamento carpal transverso e no tecido sinovial flexor. Essa correlação aumenta a reatividade local e explicaria a maior incidência (2-3 vezes maior) nas mulheres;

5) Fator genético: Alguns autores defendem a correlação direta entre a doença e fatores genéticos, mas ainda há controvérsia nesse item;

6) Aumento do índice de massa corporal (IMC): vários estudos confirmam essa correlação. Provavelmente, uma pressão hidrostática pelo volume sanguíneo de retorno na posição deitada e aumento de tecido adiposo no canal do carpo;

7) Diabetes: Relação com a STC em até 30%. Há prejuízo da microcirculação nervosa periférica, com prejuízo do fluxo axoplasmático neural. Outra causa discutida, é decorrente da glicosilação, processo que diminui a complacência das fibras colágenas e deixa a sinóvia dos flexores mais rígidos e espessos, aumentando o risco de síndrome do túnel do carpo;

8) Hipotireoidismo: possível acúmulo de mucopolissacarídeo ao redor do nervo periférico, ocasionando degeneração axonal. Outro mecanismo é o edema da membrana sinovial tendinosa no canal do carpo;

9) Fatores de risco: idade, tabagismo, obesidade, artrite reumatóide, diabetes, lúpus, hipotireoidismo e esclerose múltipla. 

De acordo com os estudos mais recentes, a gestação aumenta o risco de síndrome do túnel do carpo por uma combinação do edema e de alterações hormonais. Num estudo de Padua et al (2016), os dados epidemiológicos mostram que a incidência de síndrome do túnel do carpo relacionado à gestação é alta (7-43% quando diagnosticado com estudos eletroneuromiográficos e 31-62% quando diagnosticado baseado na história e exame clínico). 

A descompressão cirúrgica pode ser feita pela técnica aberta convencional, a forma minimamente invasiva e a técnica endoscópica, cada uma com suas características, vantagens e desvantagens. Cabe a você e seu especialista a decisão pela melhor forma de abordagem.