Trata-se da síndrome compressiva periférica de membro superior mais prevalente (Green's 8th ed), afetando de 4,9 a 7,1% da população. Foi inicialmente relatada em 1854, sendo a primeira descrição de liberação cirúrgica do ligamento carpal transverso em 1933, por Learmonth (Karl et al., 2016).
Os sintomas da síndrome do túnel do carpo incluem parestesia e/ou dormência no território do nervo mediano (polegar, indicador, dedo médio e borda radial do anular), sendo a exacerbação dos sintomas no período noturno considerada quase patognomônica para a doença.
Leia mais sobre
Síndrome do Túnel do Carpo.
A cirurgia para descompressão do túnel do carpo possui altos índices de sucesso (80 a 90%). Entretanto, isso significa que 10 a 20% dos pacientes operados poderão apresentar falhas no tratamento cirúrgico.
A habilidade de avaliar competentemente e manejar tais complicações são essenciais para o cirurgião de mão. Eis uma divisão arbitrária para facilitar a linha de raciocínio e manejo adequado dessa condição:
Uma afirmação de impacto publicada num artigo da Neurosurgical Focus (Henkin et al., 1997) alega que, apesar da maior parte dos artigos afirmarem que a principal complicação cirúrgica é a liberação incompleta do ligamento carpal transverso, o erro mais prevalente no manejo da Síndrome do Túnel do Carpo seria o diagnóstico errado.
Para o diagnóstico preciso, o cirurgião de mão deve considerar a história detalhada do paciente e realizar um exame físico completo de membro superior e coluna cervical. Além disso, exames complementares podem se mostrar úteis no estadiamento da doença e nos diagnósticos diferenciais.
O exame físico pode incluir diversos testes: Phalen, Tinel, Durkan, avaliação de sensibilidade com monofilamentos de Semmes-Weinstein, "Scratch Collapse Test" (descrito por Susan Mackinnon em 2008), além da análise da musculatura intrínseca da mão em busca de atrofia de musculatura intrínseca da mão. É de fundamental importância a análise isolada dos músculos
Flexor Longo do Polegar, Flexor Profundo do 2° dedo e Flexor Radial do Carpo, em busca de uma possível "Síndrome Lacertus"*, que causa sintomas muito similares ao da Síndrome do Túnel do Carpo.
Quanto aos exames complementares, a eletroneuromiografia tem se mostrado muito eficaz no diagnóstico, quantificando a gravidade da doença, excluindo outros diagnósticos e fornecendo uma referência inicial para o cirurgião e o paciente. Entretanto, como qualquer outro exame, existem taxas de resultados falsos negativos (8 a 13%) e falsos positivos 6% (Nathan
et al.,
1988). Por esse motivo, acredito que o diagnóstico será mais acertado quando o cirurgião de mão cruzar inúmeras informações do paciente e não decidir a conduta baseada somente no resultado de um único exame.
Existem outras condições que sabidamente interferem na função neural, seja através de efeito compressivo, seja através da alteração da função neural:
A Dra Elisabet Hagert é uma referência no diagnóstico e tratamento dessa condição. Ela define a Síndrome Lacertus como "uma síndrome do túnel do carpo, porém no cotovelo". Na primeira, o nervo mediano é comprimido pelo ligamento carpal transverso, já na segunda, uma estrutura chamada "Lacertus fibrosus", uma banda fibrosa oriunda do tendão do bíceps, é a responsável pela compressão do nervo mediano no nível do cotovelo (Hagert et al., 2023)
A Síndrome Lacertus consiste em uma compressão dinâmica do nervo mediano na qual não há lesão axonal mas sim alteração no fluxo axoplasmático sendo, por isso, considerada uma Sunderland "Zero" (Mackinnon et al., 2019). Por ser uma compressão dinâmica, os exames eletroneuromiográficos podem ter especificidade extremamente baixa (em torno de 30%). Por outro lado, um estudo publicado por Jepsen et al. (2018), mostrou sensibilidade/especificidade de 88-93% para o algoritmo de testes muscular (ou seja, um exame físico direcionado e feito por um profissional capacitado em diagnosticar essa condição), reforçando o conceito de que o cirurgião e o(a) paciente não devem se basear somente em um único achado para decidir o melhor plano de tratamento.
O manejo da Síndrome do Túnel do Carpo depende da gravidade da mesma. Em casos leves a moderados, o tratamento conservador deve ser encorajado, podendo levar a uma alta taxa de sucesso. Em uma revisão de literatura publicada em 2020, Genova et al. detalharam as principais formas de manejo não cirúrgico. Nesse estudo, foram mencionados:
Em uma meta-análise publicada por Dong
et al.
(2023),
foi demonstrado que a
Acupuntura, quando realizada de modo adjuvante às demais modalidades de tratamento conservador, pode
reduzir a gravidade dos sintomas e a intensidade da dor, além de melhorar o status funcional do paciente e os parâmetros eletrofisiológicos. A revisão sistemática envolveu 16 estudos e um total de 1.025 pacientes.
Em minha visão, o manejo não cirúrgico inadequado pode incluir:
Em termos gerais, a cirurgia para o tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo envolve o corte de uma estrutura que pressiona o nervo mediano, no punho. Essa estrutura se chama Ligamento Carpal Transverso. Após a liberação de tal estrutura, é criado um espaço extra para os tendões flexores e o nervo mediano que passam no interior do túnel do carpo, geralmente levando ao alívio da dor/parestesia e melhorando a função do punho e mão envolvidos (Genova et al., 2020).
Entenda um pouco mais sobre as diferenças entre as técnicas assistindo ao vídeo abaixo:
O vídeo apresenta duas técnicas para descompressão do túnel do carpo, a via aberta e a endoscópica. Edição de imagens utilizando como banco de dados o site da hopkinsmedicine.org e arthrex.com
Sobre a cirurgia aberta (não endoscópica), as principais complicações descritas na literatura incluem:
Sobre a técnica endoscópica, as principais complicações descritas na literatura incluem:
Há uma grande discussão sobre as diferenças entre as técnicas, sendo as principais preocupações pragmáticas relacionadas à técnica endoscópica as seguintes: (a) dificuldade técnica, (b) custo benefício, (c) tempo cirúrgico e (d) riscos de lesões iatrogênicas. Diversos estudos já foram realizados comparando as técnicas. Em 2014, Sayegh
et al. realizaram uma meta-análise envolvendo 22 estudos randomizados e um total de 1.859 pacientes para analisar os resultados cirúrgicos e comparar a técnica aberta e a endoscópica. O estudo evidenciou que a
técnica endoscópica permite um retorno precoce às funções e maior recuperação de força de preensão palmar ("Grip strength") no período pós operatório. Entretanto,
os resultados com 6 meses ou mais se mostraram similares, sendo que os pacientes submetidos à técnica endoscópica apresentaram maior risco de lesão neural (sendo a maioria neuropraxias) e menor risco de sensibilidade na cicatriz comparada com a técnica aberta.
Concordo com a colocação de Philip Henkin e Allan H. Friedman, da Universidade de Duke / Carolina do Norte: "Most endoscopic surgeons agree that if the transverse striations of the Transverse Carpal Ligament cannot be visualized along its entire length, the endoscopic procedure should be converted to an open one". Acredito que o cirurgião deve estar capacitado a realizar ambas as técnicas, indicando a conversão da cirurgia endoscópica para aberta se assim julgar necessário.
A Síndrome do Túnel do Carpo é multifatorial. É de fundamental importância identificar os possíveis fatores de confusão tanto no diagnóstico quanto nos casos já operados. O paciente deve ser avaliado individualmente e a forma de tratamento será ajustada de forma personalizada. Se o diagnóstico foi incorreto, a cirurgia de revisão não necessariamente trará benefícios para o paciente. Se houver alguma complicação intra operatória, o cirurgião deve estar capacitado para resolvê-la no mesmo tempo cirúrgico. Se houver alguma complicação identificada tardiamente, a cirurgia de revisão da Síndrome do Túnel do Carpo pode ser indicada, especialmente se os sintomas não melhorarem e houver degradação funcional. As cirurgias de revisão incluem a exploração do nervo mediano e seus ramos, liberação de tecido fibrosado e uso de enxerto de tecido local ou livre.
Consulte seu especialista de cirurgia de mão para o diagnóstico preciso e conduta acertada.
“Não é exagero dizer que o Doutor Leonardo me salvou.
Sou músico, trabalho em estúdio, e coordenação motora fina é o que uso em quase todo meu trabalho.
Um motorista bêbado me atropelou e eu quebrei um dedo de forma que, se continuasse da maneira que estava, eu não poderia mais tocar meus instrumentos.
O Doutor me atendeu muito bem. Foi extremamente simpático, me explicou tudo com calma, tirando dúvidas e me tranquilizando. Eu estava morrendo de medo de operar, mas ele fez o procedimento (que precisou acontecer de um dia para o outro) ser o mais bacana possível.
Minha recuperação acabou sendo ótima, sempre com um acompanhamento muito atencioso, e hoje estou de volta no estúdio 100% .
Nunca vou esquecer o cuidado, profissionalismo e simpatia do Doutor Leonardo.”
P. R. via Google
"Já passei com vários médicos na minha vida e o dr. Leonardo é um ser único. Ele cuidou com muito carinho, atenção e profissionalismo do meu filho, que precisou de uma cirurgia no dedinho da mão direita.
Excelente profissional, super atencioso e simpático. Sabe conversar de maneira séria, descontraída e com clareza sobre os procedimentos a serem tomados, passando muita segurança”
J.F via Google
“Com certeza um dos médicos mais atenciosos que já conheci.
Além de ser extremamente técnico, consegue explicar a questão com propriedade que facilita o entendimento e transmite muita segurança.
Recomendo!”
R.S via Google
"Impossível ser melhor atendido!
Desde a primeira consulta até o final do tratamento, tive o melhor e mais humano atendimento dado por um médico que passei nos últimos anos.
O Dr. Leonardo me passou uma confiança imensa desde que anunciou que precisaria passar por cirurgia para ter uma recuperação correta da minha lesão.
Só tenho a agradecer ao Dr. e a sua equipe.
Hoje, graças a Deus, e ao Dr. Leonardo estou 100% recuperado, treinando jiu-jitsu novamente e com todo o movimento que eu tinha no dedo o qual lesionei.
Excelente profissional e pessoa."
A.A via Google
“É incalculável o profissionalismo e a dedicação do Dr. Leonardo com seus pacientes. Além de toda atenção e carinho no atendimento, aliviando um momento de dor, e, em caso de cirurgia (como foi o caso do meu filho), diminuindo o medo. Todos os procedimentos foram perfeitamente realizados, e o resultado final foi incrível e sem sequelas. Já conheci diversos médicos. Uns bons, outros nem tanto. Mas o Dr. Leonardo com certeza está no topo da minha lista, e dizer que ele é ótimo ainda é pouco para a sorte e gratidão que tenho por meu filho ter sido atendido por ele. Muito obrigada!”
D.P via Google
Total ou parcial, mediante análise do seu convênio ou plano de saúde
Obrigado pela mensagem!
Entraremos em contato em breve.
Ops, parece que houve um erro.
Por favor, tente novamente mais tarde.
Rua Dona Adma Jafet, 74 - Conjunto 41.
Bela Vista, São Paulo / SP
Telefone: (11) 91223.3556
WhatsApp (11) 91223-3556
2022 © Todos os direitos reservados
Responsável Técnico: Dr Leonardo Kurebayashi (CRM 175268 / SP)
Desenvolvido por Future Marketing