Tratamento para Dedo em Martelo em São Paulo

Dedo em Martelo

Introdução

O dedo em martelo se caracteriza  pela deformidade na ponta do dedo, fazendo com que ela fique dobrada de forma permanente, geralmente após alguma história de trauma. É uma condição que acomete principalmente os praticantes de esportes com bola, como jogadores de beisebol, basquete e vôlei, mas também podem acometer pacientes não praticantes de esporte com história de trauma leve na ponta do dedo.

O que é?


A condição ocorre quando o tendão extensor, responsável por estender os dedos, se rompe. Também pode ocorrer após fratura da base da falange distal, caracterizando o dedo em martelo ósseo. 


Ambos os casos acontecem, geralmente, devido ao choque direto de um objeto contra os dedos mas também podem ocorrer com lesões abertas, como em ferimentos com faca ou vidro. 


A causa do dedo em martelo, em sua grande maioria, é traumática. Também pode acontecer devido a pequenas torções cotidianas, como em casos nos quais o indivíduo calça um sapato de forma errada, ou quando bate a ponta do dedo contra um objeto duro.

Sinais e Sintomas


O principal sinal do dedo em martelo é bastante perceptível. Consiste na ponta do dedo dobrada de forma permanente e na incapacidade de estendê-la sem auxílio. Outros sinais e sintomas incluem a dor, o inchaço e alteração de coloração na junta dos dedos.

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Tratamentos

Opções de Tratamentos

O primeiro passo para o tratamento do dedo em martelo é o diagnóstico. Em geral, o médico realiza uma análise clínica, verificando a posição na qual a ponta do dedo se encontra. Os exames de raio-x são solicitados para descartar fratura associada. 


De maneira imediata, recomenda-se a aplicação de gelo na região e a elevação da mão. Além disso, o médico deverá indicar o uso de uma tala para imobilização do dedo, mantendo a ponta esticada até que o tendão cicatrize. 


O tempo de tratamento varia de acordo com cada caso. É comum que o paciente fique com o dedo completamente imobilizado por cerca de 8 semanas, seguido de um período de uso intermitente e, posteriormente, uso noturno. 


Quando o dedo retorna à posição normal, indicam-se exercícios para que o indivíduo volte a movimentá-lo de forma funcional.


No entanto, caso haja uma fratura óssea com subluxação articular, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A principal técnica cirúrgica inclui o uso de fios metálicos para fixação da fratura, apesar de outras formas de tratamento também serem descritas na literatura.


Representação esquemática da anatomia das polias anulares e cruciformes na mão humana. 


Referência bibliográfica: Yunoki M, Imoto R, Kawai N, Matsumoto A, Hirashita K, Yoshino K. Occurrence of Trigger Finger Following Carpal Tunnel Release. Asian J Neurosurg. 2019 Nov 25;14(4):1068-1073. doi: 10.4103/ajns.AJNS_149_19. PMID: 31903342; PMCID: PMC6896635.

Perguntas Frequentes

Ficou com alguma dúvida?

  • Existe mais de um tipo de dedo em martelo? Preciso sempre realizar radiografias nesse tipo de lesão?

    Um autor chamado Doyle classificou os dedos em martelo em quatro categorias:

    I: Lesão fechada com ou sem pequeno fragmento ósseo avulsionado (a mais comum)

    II: Lesão aberta com laceração do tendão

    III: Lesão aberta com perda de pele, cobertura do subcutâneo ou substância tendínea

    IV: Dedo em martelo ósseo, sendo que há 3 subtipos:

    • Transepifisária, em crianças;
    • Fratura articular com acometimento de 20-50% da superfície articular (geralmente em hiperflexão);
    • Fratura articular com acometimento > 50% da superfície articular (geralmente em hiperextensão), com subluxação volar precoce ou tardia da falange distal.

    Daí a importância da avaliação clínica e radiográfica para a classificação e manejo adequado da lesão.


  • Quais indicações para o tratamento cirúrgico do dedo em martelo?

    Turner et al (2021) sugerem que a intervenção cirúrgica está em indicada nas seguintes situações:

    1. Lesões abertas;
    2. Dedo em martelo ósseo com um fragmento grande e subluxação da articulação interfalangeana distal;
    3. Fraturas instáveis (30-50% da superfície articular envolvida);
    4. Intolerância ao uso de órteses / imobilizadores;
    5. Lesões crônicas (> 12 semanas);
    6. Artrite dolorosa da articulação interfalangeana distal;
    7. Deformidade em pescoço de cisne associada.
  • Quais possíveis complicações do tratamento de dedo em martelo?

    A principal delas, durante o tratamento conservador, é a complicação de pele, seja dorsal, seja palmar (incluindo ulcerações, maceração ou deformidades da unha). Tanto no tratamento cirúrgico quanto no não cirúrgico, pode ocorrer uma proeminência dorsal no dedo (“proeminent bump on the dorsal aspect of the DIPJ”) e um lag de extensão de 10º. Uma das mais temidas sequelas é a deformidade em pescoço de cisne mas também vale ressaltar complicações cirúrgicas relatadas na literatura: infecção superficial ou profunda, deformidade na unha, deslocamento secundário da fratura, incongruência articular, necrose avascular e ruptura do tendão extensor.

Conheça o Profissional

Dr. Leonardo Kurebayashi

Ortopedia e Traumatologia | CRM-SP: 175268 | RQE: 80450


O Dr. Leonardo iniciou seu contato com a área da saúde bem cedo, inspirado pela família que trabalhava com o cuidado às pessoas.  Após concluir sua primeira graduação em Fisioterapia e trabalhar por quatro anos com reabilitação dos pacientes, iniciou o curso de Medicina na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, em 2010.


Em 2015,  continuou seu processo de formação no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IOT-HC FMUSP), formando-se cirurgião ortopedista e, posteriormente, subespecialista de Mão e Microcirurgia Reconstrutiva.

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